
O festival de música eletrónica Tomorrowland realiza-se na cidade belga de Boom apesar do incêndio que destruiu o palco principal, a maior atração, anunciou hoje a organização, que está a avaliar diferentes cenários para o arranque na sexta-feira.
Na quarta-feira à tarde, dois dias antes do início oficial previsto, o palco principal do mítico festival belga - cujo tema deste ano é um universo mágico do mundo do gelo -, ficou em chamas, que destruíram por completo uma estrutura maciça com 45 metros de altura e 160 metros de largura e mais de 2.000 elementos atmosféricos, incluindo luzes, pirotecnia, fontes de água e cascatas.
Desde este incidente sem causas conhecidas e que não causou feridos, a organização prometeu soluções para a zona do palco principal e, hoje à tarde, anunciou que o festival se iria manter, estando a ser encontrada uma alternativa.
Um dos cenários em cima da mesa é que, se for possível garantir a segurança da área do palco principal e concluir uma nova montagem, o recinto do festival abrirá como planeado para todos os visitantes na sexta-feira ao início da tarde.
Porém, se a organização não conseguir abrir com a capacidade máxima, o parque de campismo (incluído nos pacotes globais) e o recinto do festival funcionarão como duas áreas separadas para garantir a segurança dos participantes e será no primeiro local que estarão os artistas do alinhamento do palco principal.
Nesta que é a 19.ª edição do festival, que começou em 2004 e decorre numa área equivalente a 63 campos de futebol após 53 dias de montagem, o tema é "Orbyz" e remete para um universo de gelo repleto de criaturas míticas e segredos antigos.
Em entrevista à agência Lusa antes do incidente, a porta-voz do Tomorrowland, Debby Wilmsen, explicou a preparação: "Trabalhamos agora com o Orbyz, uma nova equipa que criámos e que vai ganhar vida não só no palco principal, mas também de diferentes formas no local do festival e, mais tarde, num livro, numa banda desenhada e também num outro festival em Las Vegas".
Se tudo correr como planeado, cerca de 200 mil pessoas com mais de 200 nacionalidades são esperadas este fim de semana em Boom para assistir à atuação de mais de 850 dj em 16 palcos, seguindo-se números semelhantes no fim de semana seguinte.
Debby Wilmsen disse à Lusa que este será "um alinhamento realmente eclético", com "oportunidades para jovens talentos", mas também "muitas mulheres", algo pouco comum no mundo da música eletrónica até há alguns anos.
A título de exemplo, a porta-voz indicou que o festival contará com a dj belga de tecno Charlotte de Witte, que começou a sua carreira sob o pseudónimo Raving George por achar que "não seria bem-sucedida num mundo tão masculino".
Entre os dj presentes, 14 do alinhamento são brasileiros pois, de acordo com Debby Wilmsen, a organização quis retribuir na Bélgica "o carinho por parte do público brasileiro".
Esta é, aliás, uma das principais nacionalidades participantes no Tomorrowland -- não fosse a edição que se realiza no outono em São Paulo --, à qual se juntam portugueses e de outros países lusófonos, mas principalmente belgas e norte-americanos, segundo a porta-voz.
"Temos muitos festivaleiros vindos de Portugal e de países de língua oficial portuguesa", adiantou à Lusa.
Entre as centenas de dj presentes estão Amelie Lens, Armin van Buuren, Bob Sinclar, Charlotte de Witte, David Guetta, Dimitri Vegas & Like Mike, Hardwell, John Summit, Lost Frequencies, Martin Garrix, Steve Aoki e Swedish House Máfia.
Quanto a dj brasileiros, contam-se Alok, Anna, Vintage Culture e Zerb.
De portugueses, marcará presença do DJ Diego Miranda.
O festival, conhecido como a "Disneylândia para adultos", está esgotado há vários meses.