
"Julgamos que os moçambicanos sentir-se-ão orgulhosos de olhar para este estádio, não somente como uma referência arquitetónica e ícone no desporto, mas, sobretudo, [como] o verdadeiro berço da nossa independência nacional", declarou o chefe do Estado moçambicano, Daniel Chapo, ao discursar no agora Estádio da Independência Nacional, onde decorrem as cerimónias centrais das celebrações dos 50 anos de independência de Moçambique.
O Presidente indicou que a decisão, tomada esta terça-feira pelo Governo, visa registar "de forma indelével o acontecimento mais marcante da história do (...) povo [moçambicano], a independência nacional", para transformar o estádio numa "referência do patriotismo e cidadania no presente e para as gerações vindouras".
No designado novo Estádio da Independência Nacional, joga habitualmente futebol o Clube Ferroviário de Maputo, um dos vários emblemas 'ferroviários' do país apoiados pelos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
Contudo, há quatro anos que o espaço, multiuso, não é utilizado devido à falta de condições, sendo esta a primeira intervenção de fundo em mais de 50 anos, espeando-se que a Confederação Africana de Futebol (CAF) o aprove para acolher provas internacionais.
Com capacidade oficial para 45.000 pessoas, começou a ser construído em 1963, num terreno com mais de 30 hectares, na Matola, e foi batizado então como Estádio Salazar, sendo inaugurado em 1968 com a também histórica partida de futebol entre as seleções de Portugal e do Brasil.
No mesmo local, o primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, proclamou a independência, em 25 de junho de 1975, após uma luta contra o regime colonial português que começou em 25 de setembro de 1964.
Na cerimónia de hoje participam vários chefes de Estado, incluindo o de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Além do discurso oficial do Presidente moçambicano, a cerimónia inclui desfiles militares, momentos culturais, uma mensagem dos representantes dos cidadãos que completam 50 anos de idade (mesmo período da independência) e uma intervenção do líder do Podemos, enquanto maior partido da oposição.
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