
O deputado municipal do Chega e candidato à Câmara de Lisboa Bruno Mascarenhas anunciou esta sexta-feira a apresentação de uma moção de censura ao executivo da câmara de Lisboa, exigindo responsabilidades pelo acidente com o elevador da Glória.
"Fizemos um documento que é uma moção de censura a este executivo, para ser discutido precisamente na próxima terça-feira. O engenheiro Moedas, se assim o entender, se não faltar, estará em condições de debater connosco esta questão", afirmou Bruno Mascarenhas, deputado municipal e candidato à Câmara de Lisboa pelo partido.
Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o deputado municipal defendeu "o apuramento de responsabilidades por parte do executivo camarário".
Antes, em declarações aos jornalistas, na sede do Chega, André Ventura aproveitou não só para prestar solidariedade para com as vítimas do descarrilamento do Elevador da Glória, como para dizer que houve “responsáveis por ação e inação”, assim como “de natureza política, técnica e operacional”,
O líder do Chega apontou o dedo à câmara de Lisboa dizendo que a autarquia é o responsável máximo, uma vez que a Carris é uma empresa pública com gestão municipal.
“Certamente que muitos dirão que este não é o momento de falar nisso. Mas homenagear as vítimas, homenagear aqueles que faleceram ou que estão feridos, é também garantir a responsabilização daqueles que levaram a este trágico acidente que podia ter sido evitado, segundo todas as conclusões de todos os especialistas que neste momento já conseguimos ouvir”, disse.
"Sabemos que à hora em que aqui estamos, que os equipamentos tinham sido inspecionados no mesmo dia", referiu Ventura mencionado um "desvio de investimento que devia ser direcionado à segurança das infraestruturas".
"Foram decisões políticas, mas são decisões políticas que têm que ser assumidas e que não podem ser ignoradas por quem tem a tutela política e faz da responsabilidade a sua forma de ação na vida pública. Pedir responsabilidade não é aproveitamento político. Pedir responsabilidade é uma exigência de não sermos um país do terceiro mundo, como alguns querem parecer tornar Portugal".
E por isso, diz o líder do Chega, "nos momentos de crise não se tem apenas solidariedade nem palavras mais ou menos fortes ou mais ou menos vazias. Exige-se responsabilidade, exige-se consequência. É essa a diferença de um país de terceiro mundo, é essa a diferença de uma ditadura para uma democracia".~
"O que diria Carlos Moedas ao Moedas de 2025?"
André Ventura lembrou que em 2021 Carlos Moedas pediu a demissão do então presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, na sequência da transmissão à Rússia de dados de manifestantes anti-Putin.
"O que diria Carlos Moedas, que pediu a admissão de Fernando Medina por transmissão de dados à embaixada russa, mesmo que isso fosse um erro técnico, ao Moedas de 2025, após 16 mortes ocorridas no centro da capital e vários feridos, tenham sido erros técnicos ou não? E essa pergunta não deixa de ecoar na minha cabeça, sobre os políticos que exigem responsabilidade a toda hora, mas quando chega o seu momento de assumir essa responsabilidade, pretendem assacá-la a todos, menos a si próprio e à sua gestão", salientou.
A Assembleia Municipal de Lisboa, na qual o Chega está representado com um grupo de três deputados, pode votar moções de censura à Câmara Municipal "em avaliação da ação desenvolvida pela mesma ou por qualquer dos seus elementos", prevê-se, no regimento daquele órgão.
O líder do Chega disse ainda que neste momento de crise é importante dar a quem visita Portugal "garantia de segurança" de que o futuro não voltem a acontecer situações como esta. "A imagem de Lisboa e do país não pode ficar afetada perante uma tragédia desta dimensão".
- Com Lusa