“É uma grande tragédia”: ataque russo a Kiev faz 23 mortos e leva Ucrânia a lançar maior ofensiva aérea

A Ucrânia lançou o maior ataque aéreo contra a Rússia em semanas, com quase 200 drones abatidos em dez regiões, enquanto em Kiev o número de mortos subiu para 23 após um bombardeamento russo descrito por Volodymyr Zelensky como “uma grande tragédia”.

As defesas aéreas russas abateram, na noite de terça-feira, 198 drones ucranianos em dez regiões do país, incluindo pelo menos dois nas imediações de Moscovo, informou esta quarta-feira o Ministério da Defesa russo.

Segundo o relatório militar, 30 drones foram abatidos nas regiões fronteiriças ucranianas de Bryansk, Kursk e Belgorod, 10 na região de Oryol, três em Tula, dois em Kaluga, um em Lipetsk e dois na região de Moscovo. O ataque levou à suspensão temporária das operações em sete aeroportos, incluindo os quatro da capital russa, Moscovo.

Trata-se do maior ataque aéreo ucraniano contra território russo das últimas semanas.

Entretanto, em Kiev, o número de mortos provocados pelos ataques lançados na terça-feira pelo exército russo subiu para 23, segundo as autoridades ucranianas. De acordo com o Serviço de Emergência do Estado, vários corpos foram recuperados nas últimas horas de um edifício de nove andares atingido por um míssil no distrito de Solomiansky, onde morreram 18 pessoas.

O presidente da câmara da capital, Vitali Klitschko, declarou esta quarta-feira um dia de luto em memória das vítimas. As bandeiras foram colocadas a meia haste e todos os eventos festivos foram cancelados, enquanto continuam os trabalhos de remoção de entulho.

Na terça-feira, o Presidente ucraniano disse que o ataque lançado pela Rússia foi “um dos maiores” desde o início da guerra, com 440 drones iranianos e 32 mísseis. “É uma grande tragédia”, afirmou o Presidente ucraniano, que também reiterou que a Ucrânia “está pronta para negociações de paz e um cessar-fogo sem condições”.

Num encontro com o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, durante a cimeira do G7, Zelensky reiterou que a Ucrânia “está pronta para negociações de paz e um cessar-fogo sem condições”.

Desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia tem recebido apoio financeiro e militar dos aliados ocidentais. Estes também impuseram sanções a setores-chave da economia russa, visando reduzir a capacidade de Moscovo de sustentar o esforço de guerra.