
O comércio internacional e a cooperação na defesa europeia vão estar em foco na reunião de quarta-feira, em Berlim, entre o chanceler alemão e o Presidente francês.
No encontro, em ambiente informal, Friedrich Merz e Emmanuel Macron vão articular para os próximos anos os numerosos eixos de cooperação entre os dois países, que também são o principal motor político e económico da União Europeia (UE), disseram fontes da presidência francesa.
A reunião vai decorrer enquanto a Comissão Europeia, que atua em nome de toda a UE, continua a negociar com Washington um acordo comercial para responder às tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a partir de 01 de agosto.
As mesmas fontes insistiram que Macron e Merz esperam "um acordo em bases equilibradas e não assimétricas", prevendo-se que manifestem forte apoio à Comissão Europeia para defender os interesses europeus.
Sobre o acordo UE-Mercosul, as posições dos dois países divergem e enquanto a Alemanha é um dos principais defensores do acordo, França lidera um grupo de Estados-membros que procuram alterações, especialmente no capítulo agrícola, no qual é necessário "preservar a agricultura e evitar desequilíbrios", indicaram.
No que diz respeito à defesa, a reunião chega com alguma turbulência depois de o fabricante aeronáutico francês Dassault ter manifestado, há alguns dias, interesse em assumir uma maior participação no programa conjunto do futuro avião de combate europeu (SCAF, em inglês), no qual também participam Alemanha e Espanha.
As mesmas fontes limitaram-se a considerar que Merz e Macron "querem avançar" sobre este assunto neste encontro, na capital alemã.
O ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, viaja para Berlim na quinta-feira, para uma reunião com o homólogo alemão, Boris Pistorius, para analisar o estado de programas conjuntos de desenvolvimento de equipamentos de defesa.
Além disso, os dois líderes poderão ainda debater como articular a extensão à Alemanha das garantias da dissuasão nuclear francesa.
Em outros assuntos, os dois governantes vão estudar a data da realização de um novo Conselho de Ministros conjunto, que poderá ser no final de agosto próximo, indicaram as mesmas fontes.