O Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro neozelandês, Christopher Luxon, destacaram esta sexta-feira, em Pequim, a solidez das relações bilaterais e apostaram no aprofundamento da cooperação, apesar das divergências em relação à aproximação entre Pequim e as Ilhas Cook.

Durante o encontro, realizado no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen, Xi destacou que a China e a Nova Zelândia "avançam de mãos dadas" há meio século, numa relação que "esteve na vanguarda" dos laços de Pequim com os países desenvolvidos.

O líder chinês afirmou que ambas as partes devem "aprofundar a cooperação económica e comercial", explorar novos espaços em áreas como a inovação tecnológica e a luta contra as alterações climáticas, e "gerir adequadamente as diferenças", preservando o princípio do "respeito mútuo" e a "busca de consensos".

Xi também observou que as duas nações "não têm conflitos históricos nem interesses fundamentais em disputa", o que, acrescentou, "deve facilitar uma relação construtiva e estável".

"O mundo atravessa um período de incerteza, e espera-se que a China desempenhe um papel relevante"

Segundo a televisão estatal CCTV, Luxon reiterou que o seu país "mantém o compromisso com a política de 'uma só China'" e expressou a sua intenção de "reforçar o diálogo de alto nível", ao mesmo tempo que defendeu a ampliação da cooperação em setores como a agricultura, os laticínios e o turismo.

"O mundo atravessa um período de incerteza, e espera-se que a China desempenhe um papel relevante", afirmou o primeiro-ministro neozelandês, que se mostrou disposto a colaborar com Pequim na defesa do sistema multilateral de comércio e na preparação da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) que a China acolherá em 2026.

A visita ocorre num contexto de tensões diplomáticas entre a Nova Zelândia e as Ilhas Cook, após a assinatura de um acordo entre o país insular do Pacífico Sul e a China, que levou Wellington a congelar parte da sua ajuda ao desenvolvimento.

Pequim rejeitou as críticas de Wellington e sublinhou que a sua cooperação com as Ilhas Cook "não é dirigida contra terceiros nem deve ser interferida ou restringida por terceiros".

A China defendeu que os seus acordos com o arquipélago se baseiam na "igualdade e respeito mútuo" e têm como objetivo "impulsionar o desenvolvimento económico e melhorar as condições de vida" nesses territórios do Pacífico.