
O Chega (CH) emitiu uma nota de imprensa, esta sexta-feira, no qual "considera urgente e inadiável a implementação de um verdadeiro plano de contingência para o Aeroporto Internacional da Madeira, perante a crescente frequência de condicionamentos atmosféricos que provocam atrasos, desvios e transtornos a milhares de passageiros".
No entender do líder do CH na Madeira, "é um erro técnico e político continuar a insistir na narrativa de que a instalação de novos radares ou o aumento dos limites operacionais de vento, por mais 2 ou 3 nós, resolve o problema. A orografia da ilha da Madeira não mudou — continua a mesma. O vento canalizado e as turbulências de cisalhamento que afetam a pista não desaparecem com mais tecnologia, por mais avançados que sejam os aviões", analisa.
Miguel Castro é claro: "Não podemos brincar à roleta russa com a segurança aérea na Madeira. Se com os limites atuais os aviões já abanam como abanam, não é com mais três nós que resolvemos o problema. O que falta é coragem política para avançar com um plano estrutural e eficaz."
recorda que em Setembro do ano passado, o CH "apresentou na Assembleia da Legislativa Regional um projeto de resolução a exigir a elaboração de um plano de contingência robusto para o aeroporto da Madeira, envolvendo a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), o Governo Regional e os parceiros do setor. Este projeto será novamente submetido ainda nesta sessão legislativa, reafirmando o compromisso do partido com a mobilidade segura e estável da população residente e do setor turístico".
E atira que o seu plano de contingência assenta em "3 eixos fundamentais":
- "1. Valorização e adaptação do Aeroporto do Porto Santo como segundo aeroporto operacional da Região, com o aumento da capacidade da gare, melhoria da infraestrutura e ampliação dos slots para acolher voos alternativos;"
- "2. Construção urgente de um hotel aeroportuário no Porto Santo, que garanta conforto e alojamento digno a passageiros e tripulações em caso de desvios ou interrupções nas ligações aéreas;"
- "3. Aquisição de uma embarcação de apoio logístico e transporte de passageiros entre as ilhas, assegurando um corredor marítimo eficiente e permanente entre Porto Santo e Madeira em situações de emergência ou reforço de mobilidade."
Miguel Castro refere, além disso, que "o plano deve incluir uma campanha de comunicação abrangente, com envolvimento direto das companhias aéreas, operadores turísticos e população em geral, para que todos conheçam as alternativas e medidas em curso, evitando desinformação e reduzindo o impacto económico e reputacional que os cancelamentos frequentes provocam na Região".
O dirigente e deputado afirma: "Está na hora de a Madeira deixar de depender do improviso. Está na hora de exigir apoios europeus específicos para as Regiões Ultraperiféricas no domínio da aviação e das infraestruturas. A insularidade não pode continuar a ser desculpa para a inércia — deve ser motivo de ação firme, determinada e responsável."
Termina, frisando que o CH "reafirma a sua total disponibilidade para cooperar com todas as entidades, públicas e privadas, que estejam genuinamente empenhadas em resolver este problema com visão de futuro, em vez de insistir em remendos técnicos que não resistem ao primeiro vento mais forte", sendo que "a mobilidade aérea dos madeirenses e dos nossos visitantes exige uma resposta à altura. O Chega está pronto para liderar essa resposta", assegura em conclusão.