Pedro Nuno Santos confirmou hoje que a candidata do PS à Câmara Municipal de Lisboa será Alexandra Leitão. O secretário-geral do PS, durante uma conferência de imprensa no Largo do Rato - onde o tema principal era o SNS - justificou que a líder parlamentar era "a figura mais importante do PS" depois de si e do presidente do partido.
"É o sinal da aposta forte que estamos a fazer em Lisboa, uma cidade onde é cada vez mais clara a incapacidade de Carlos Moedas resolver problemas como da higiene e segurança, da mobilidade e trânsito e mesmo da habitação", explicou Pedro Nuno Santos.
O líder socialista enfatizou o perfil de fazedora da antiga secretária de Estado da Educação e ex-ministra da Administração Pública: "O que procuramos é alguém capaz de realizar, e Alexandra Leitão tem essa capacidade de resolução de problemas". A escolha de Alexandra Leitão, explicou o secretário-geral do PS, "tem a ver com o perfil e a dimensão política que granjeou, o perfil de realização e de concretização e que oferece a possibilidade de disputar a CML, para o PS voltar a governar a câmara".
Questionado sobre a possibilidade de Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos descreveu a ex-ministra da Presidência de António Costa como "um dos melhores quadros do PS, vista como alguém de grande capacidade e qualidade política", mas insistiu na escolha da líder parlamentar como a mais adequada e como forma de mostrar que o partido leva "a sério este combate eleitoral".
Segundo o secretário-geral do PS, "da esquerda à direita, começa a ser presente que Carlos Moedas consegue trabalhar bem a sua imagem, mas não resolve os problemas aos lisboetas".
Pedro Nuno defende ida de Rangel a Moçambique
Pedro Nuno Santos vestiu a pele de líder da oposição responsável que não entra em guerra em temas de política externa, mantendo as linhas de diálogo com o Governo, ao dizer na mesma conferência de imprensa que "é natural que o Estado português se faça representar na tomada de posse" do novo presidente moçambicano, Daniel Chapo, que neste caso é representado não pelo Presidente da República ou pelo primeiro-ministro, mas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel - muito atacado hoje pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Numa conferência de imprensa onde começou por voltar a defender o regime de exclusividade de adesão voluntária de médicos no SNS - com críticas fortes ao Governo -, o secretário-geral do PS referiu que "deve haver muita prudência em relação à forma como Portugal lida com Moçambique, com quem temos uma relação histórica e de grande amizade".
Sem atacar o Governo numa área onde costuma haver convergência dos partidos do centro e troca de informações. Pedro Nuno Santos disse que "a representação do Estado português" serve "para preservar a relação com Moçambique", defendendo "a estabilização da situação com respeito absoluto e total do PS e do Governo português pela independência de um país com quem Portugal deve ter uma relação muito madura, e preservar um papel importante".