
Um grupo composto por cidadãos estrangeiros e residentes no concelho participou, hoje, na iniciativa 'Calceteiro por um Dia', que decorreu no Parque de Santa Catarina, promovida pela Câmara Municipal do Funchal, através do Departamento da Cultura e da Unidade da Diáspora e Migrações.
A vereadora responsável pela Diáspora e Migrações, Ana Bracamonte, sublinhou a relevância do evento que quis dar a conhecer, aprender e experimentar a arte tradicional da calçada madeirense.
"Esta primeira edição da actividade teve como principal objectivo aproximar a comunidade estrangeira residente ao património material e imaterial madeirense, num ambiente de partilha, aprendizagem e integração e ao mesmo tempo, valorizar o ofício dos calceteiros do município, sensibilizando para a importância de preservar este saber ancestral", explica nota à imprensa.
Ana Bracamonte destaca que “esta iniciativa visa não apenas destacar a importância da calçada enquanto elemento identitário do Funchal, mas também aproximar as comunidades migrantes da nossa herança cultural. Ao proporcionar esta experiência, criamos laços e fortalecemos a pertença a esta cidade que é feita por todos”. Esta será apenas a primeira de várias acções similares a realizar no futuro.
Os participantes tiveram a oportunidade de aprender diretamente com profissionais experientes, contactando com técnicas, ferramentas e histórias que sustentam este ofício centenário.
Levantamento histórico da calçada madeirense está em curso
Desde o final de 2024, o município, em parceria com a Direção Regional da Cultura, a Universidade de Aveiro e a associação Acordo Heróico, está a desenvolver um levantamento histórico e técnico da calçada madeirense. Este projecto de inventário visa identificar, documentar e classificar 72 pavimentos emblemáticos distribuídos pelas dez freguesias do Funchal, desde ruas históricas a jardins, parques e espaços museológicos.
"Trata-se de um passo fundamental para a futura candidatura da calçada madeirense ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, reconhecendo a sua importância artística, histórica e identitária", indica nota à imprensa.
O levantamento é feito em articulação com os próprios calceteiros, "que são considerados detentores do saber tradicional, garantindo que os conhecimentos associados à sua prática sejam preservados e transmitidos às gerações futuras".