
O Bloco de Esquerda acusa o PSD/CDS e o Chega de formarem "uma coligação anti-autonomia" por terem inviabilizado a possibilidade de os madeirenses pagarem, no acto de compra, apenas o valor correspondente aos 79 euros, e 59 euros para os estudantes, nas suas deslocações ao continente.
"Esta é a única conclusão da discussão e votação na Assembleia da República dos sete projectos de resolução sobre o subsídio social de mobilidade, entre os quais o do Bloco de Esquerda", sublinha a coordenadora do BE-Madeira, Dina Letra, reagindo à votação de ontem das propostas na Assembleia da República.
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"Lembramos que foi este governo PSD-CDS que revogou a lei aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, e por maioria na Assembleia da República, que garantia o princípio da continuidade territorial e justiça para todos os madeirenses, que deixariam de ser tratados como portugueses de segunda no seu direito à mobilidade dentro do seu país", recorda a dirigente bloquista.
Dina Letra considera, por isso, que se tratou de "um ataque directo à nossa autonomia" que "contou com o apoio do PSD-M", acusando os social-democratas madeirenses: "arrogam-se como os únicos defensores da Madeira, mas traiem os madeirenses em troca de esmolas da República".
Os deputados do PSD-M na AR deviam ter vergonha. Querem enganar os madeirenses ao afirmar que é a criação de uma plataforma digital que irá fazer justiça aos residentes nas regiões autónomas, quando esta visa apenas substituir o processamento do reembolso do subsídio, que deixa de ter lugar num balcão dos CTT. Aliás uma promessa que ainda não saiu da gaveta dos anúncios e da propaganda. Dina Letra
Contundente, a coordenadora regional do BE diz mesmo que enquanto os deputados do PSD-M na Assembleia da República "cantam vitória" ao "mandar para o lixo a lei que consagrava aos madeirenses o pagamento do valor fixado para o subsídio social de mobilidade" enquanto "70% dos madeirenses não conseguem sair da ilha devido ao valor escandaloso das passagens aéreas que continuam a ter de adiantar ao Estado".
"Não somos cidadãos de segunda e temos o direito há mobilidade dentro do nosso país a um custo que seja acessível", insiste Dina Letra que considera que "existem soluções ao abrigo do interesse público que podem ser implementados, nomeadamente através da TAP, empresa pública e com contrato de serviço público para as regiões autónomas". Para isso, conclui, tem de haver "vontade e coragem política".