Despachos presidenciais consultados pela Lusa autorizam a emissão dos instrumentos de dívida soberana no mercado japonês num montante máximo de mil milhões de dólares (954 milhões de euros) para financiar o OGE dando continuidade aos "esforços de diversificação das fontes de financiamento do Estado" e à estratégia de endividamento publico de médio prazo".

A ministra das Finanças, Vera Daves, a quem é delegada competência para contratar os serviços de consultoria e mandatar as instituições financeiras que vão executar a emissão, já tinha anunciado no parlamento que o executivo angolano estava à procura de oportunidades no mercado japonês, depois da entrega da proposta do Orçamento para 2025.

Segundo Vera Daves de Sousa, para o próximo exercício económico o país perspetiva a busca de fontes de financiamento o "mais baratas possíveis e com maturidades mais longas possíveis" e com período de carências.

A proposta de OGE 2025 prevê receitas e despesas de 34,63 biliões de kwanzas (cerca de 35 mil milhões de euros), com um preço de referência de 70 dólares por barril, estimando uma produção petrolífera de 1,098 milhões de barris/dia.

Quanto a emissão do montante até três mil milhões de dólares em Eurobonds (2.862 milhões de euros ao câmbio atual) também integrada na estratégia de endividamento público, o despacho presidencial menciona que foi atualizado o programa global de médio prazo para a "emissão de títulos de divida soberana na modalidade que garante celeridade e flexibilidade na emissão de Eurobonds" (títulos de divida soberana em moeda estrangeira).

Angola já emitiu Eurobonds em 2015, 2018, 2019 e 2022, segundo a informação que é possível consultar no site da Unidade de Gestão da Dívida Pública do Ministério das Finanças.

Mais recentemente, em dezembro de 2024, Angola fez nova emissão 1,5 mil milhões de dólares (1,43 mil milhões de euros) em Eurobonds para garantir um empréstimo de 400 milhões de dólares do banco JP Morgan.

 

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