
A cidade de Évora prepara-se para celebrar o 38.º aniversário da classificação do seu centro histórico como Património Mundial da UNESCO, a 25 de novembro, com um programa que destaca o papel histórico do antigo presidente da Câmara, Abílio Fernandes. O ponto alto das comemorações será uma cerimónia no Palácio D. Manuel, onde a ex-autarca, que liderou os destinos do município durante 25 anos, será distinguida com a Medalha de Ouro da Cidade.
O evento coincide também com os 10 anos da elevação do Cante Alentejano ao Património Cultural Imaterial da Humanidade, reforçando o destaque dado à riqueza cultural da região.
Um percurso de excelência
Nascido em Moçambique, a 22 de fevereiro de 1938, Abílio Fernandes licenciou-se em Finanças e iniciou a sua carreira política no MDP/CDE antes de ingressar no Partido Comunista Português. Eleito presidente da Câmara Municipal de Évora em 1976, foi responsável por marcos notáveis na cidade, como a aprovação do primeiro Plano Diretor Municipal (PDM) de Portugal, a execução do Bairro da Malagueira e a classificação do centro histórico de Évora como Património Mundial, em 1986.
Além da liderança autárquica, Abílio Fernandes foi deputado à Assembleia da República pelo círculo de Évora e agraciado com várias distinções ao longo da sua vida, incluindo o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e o grau de Honoris Causa pela Universidade de Évora, em 2021.
O valor de Évora no contexto mundial
A classificação do centro histórico de Évora pela UNESCO sublinhou a importância da cidade enquanto “o melhor exemplo de cidade da idade de ouro portuguesa, após a destruição de Lisboa pelo terramoto de 1755”. Esta distinção consolidou o estatuto de Évora como um símbolo do património cultural português.
Encerramento com o Cante
As celebrações prosseguem até 26 de novembro, com destaque para uma Oficina de Cante destinada a crianças e jovens, e uma tertúlia sobre o Cante Alentejano e o Património Imaterial, no Salão Central, contando com especialistas na área.
Estas iniciativas reafirmam Évora como um polo cultural de excelência, celebrando não apenas o seu passado, mas também a continuidade de um legado que a projeta para o futuro.