O Banco de Portugal prevê que Portugal regresse a uma situação de défice orçamental entre 2025 e 2027, segundo o Boletim Económico de dezembro, apresentado esta sexta-feira.

A instituição liderada por Mário Centeno olha para um défice de 0,1% em 2025, 1% em 2026 e de 0,9% em 2027. Para 2024, as projeções apontam para um excedente de 0,6%, até acima dos 0,4% inscritos no Orçamento do Estado.

"As projeções orçamentais apontam para o retorno a uma situação deficitária, embora o rácio da dívida pública mantenha uma trajetória descendente", diz o banco central, acrescentando que o regresso aos défices orçamentais é explicado "pelos efeitos das medidas permanentes já adotadas, que impactam tanto a despesa pública como a receita fiscal, pelos empréstimos do PRR previstos para 2026 e, a partir de 2027, pelo aumento de despesa nacional necessária para assegurar a continuidade dos projetos financiados pelo PRR".

No mesmo documento, o supervisor alerta ainda que, "na ausência de novas medidas de contenção da despesa ou de aumento da receita, o cumprimento das novas regras orçamentais europeias poderá estar comprometido".

Sobre a atividade económica, o Banco de Portugal fez ligeiras revisões em alta para 2024 e 2025, apontando para um crescimento de 1,7% em 2024 e 2,2% em 2025, face aos 1,6% e 2,1%, respetivamente, projetados em outubro. A dívida pública deverá manter o caminho descendente entre 91,2% este ano e 81,3% em 2027.

Para a inflação, a projeção mantém-se praticamente inalterada, antevendo que Portugal atinja a meta de 2% em 2026.