

Chegados ao primeiro dia de descanso do 108.º Giro d’Italia, é agora a altura ideal de se fazerem contas aos primeiros três dias de prova, plenos de emoções, espetáculo, grandes exibições e desilusões.
Pela primeira vez na sua longa história, a Corsa Rosa iniciou-se em território albanês e, após três dias de competição, segue agora para Itália, onde serão disputadas as restantes 18 etapas.
Mads Pedersen em modo killer
O dinamarquês da Lidl – Trek voltou a mostrar que esta época está melhor do que nunca. Vestiu a maglia rosa após uma vitória ao sprint “tirada a ferros” na primeira jornada, em Tirana, diante da superestrela Wout Van Aert (Team Visma | Lease a Bike) e do venezuelano Orluis Aular (Movistar Team). Finalizou com sucesso um sprint em grupo reduzido depois de todo o incansável trabalho dos colegas de equipa durante a jornada, nomeadamente Giuilio Ciccone e Mathias Vacek.
Embora tenha feito um sólido contrarrelógio na segunda tirada, acabou por perder por um escasso segundo a camisola de líder na segunda jornada, mas voltou a mostrar quem é o verdadeiro “rei da Albânia” na terceira etapa, quando recuperou a maglia rosa com mais uma vitória de etapa ao sprint, vencendo milimetricamente o neozelandês Corbin Strong (Israel – Premier Tech) e fechando o pódio novamente Orluis Aular.
Joshua Tarling no topo por pouco
O jovem contrarrelogista britânico Josh Tarling (INEOS Grenadiers), o grande favorito à vitória para o curto contrarrelógio de 13.7 km nas ruas de Tirana, conseguiu corresponder ao favoritismo que lhe foi apontado, mas com bastante dificuldade, já que os quase 51km/h de média que marcou no final do percurso apenas chegaram para manter o australiano Jay Vine a pouco mais de 2 segundos (UAE Team Emirates – XRG) e o esloveno Primoz Roglic (Red Bull – BORA – hansgrohe) a menos de um segundo. Josh Tarling sofreu, mas cumpriu com o que lhe competia e “picou já o ponto” no Giro.
Primoz Roglic em grande forma
O veterano esloveno, a liderar a poderosa equipa da Red Bull, esteve sempre bem colocado nas duas etapas em linha disputadas, demonstrando estar plenamente focado na chegada a Roma com a maglia rosa envergada. Mas mais do que o bom posicionamento na primeira e terceira etapas, o que mais surpreendeu os aficionados pela positiva foi o facto de não ter vencido o contrarrelógio da segunda tirada por menos de um segundo, impondo-se a especialistas em contrarrelógios curtos e não superando apenas o supersónico Josh Tarling. A performance no contrarrelógio valeu-lhe até à subida prematura ao topo da classificação geral por um dia. É verdade que ainda muito se encontra por decidir e que só na alta montanha se poderá apurar verdadeiramente o estado de forma de Roglic e dos rivais, mas que o fim de semana de abertura do atual campeão da Vuelta a España foi de alta qualidade, quanto a isso não há dúvidas. Esperemos pelos próximos capítulos…
Desilusões e abandonos
Ninguém vence uma Grande Volta no fim de semana de abertura, mas muita gente perde todas as esperanças nesse fim de semana.
A estrela basca da Soudal Quick – Step, Mikel Landa, abandonou logo na primeira etapa, após cair desamparado nos quilómetros finais da jornada, tendo todas as suas esperanças de vitória se desvanecido nessa queda.
De entre os ciclistas que perderam bastante tempo nas primeiras etapas e que poderiam ter ambições a uma boa classificação geral final, destacam-se ainda: Pello Bilbao (Bahrain – Victorious) e Luke Plapp (Team Jayco AlUla).