Depois de quatro derrotas consecutivas, eis a segunda vitória seguida do Gil Vicente a contar para a I Liga. Na deslocação ao sul do país, os gilistas fecharam o caminho para a baliza de Andrew, aguentaram a bela entrada do Farense e arrecadaram os três pontos (0-1), a partir de um lance de grande recorte de Félix Correia e de alguma felicidade pelos sete centímetros de adiantamento em que Tomané se encontrava no momento em que bateu Andrew, na reta final da partida. Um resultado que atira os galos para o meio da tabela e mantém os algarvios na zona vermelha da tabela.
Entrada promissora que em nada resultou
Com o mesmo intuito de fugir aos lugares mais aflitivos da tabela, o Farense - equipa com mais urgência em deixar o incómodo penúltimo posto - entrou forte e objetivo, colocando, desde cedo, a defensiva gilista em sentido. Com Cláudio Falcão lesionado, Raúl Silva surgiu como única mudança face ao empate contra, numa equipa à procura do quarto jogo consecutivo a somar pontos.
Pressionante sobre a primeira linha da equipa gilista, os Leões de Faro pareciam destinados ao golo da vantagem, depois das primeiras aproximações. Algo incomodado nos instantes iniciais, o Gil sacudiu a pressão e melhor bastante, depois da primeira grande situação da partida - aos sete minutos -, quando Santi García procurou ser feliz, mas viu Aguirre, de forma infeliz, tirar-lhe o golo em cima da linha de baliza.
Daí em diante, o jogo passou a discutir-se bem mais perto do miolo. Santi García voltou a emergir nas bolas divididas e na primeira fase de construção ao lado de Mory Gbane, enquanto os algarvios faziam sentir a sua presença pela projeção dos seus laterais no ataque, o que não significou perigo direto, apesar das boas ações.
Até ao intervalo, uma carambola surgido de uma bola parada quase deu o golo ao Farense, num lance onde Andrew salvou Rúben Fernandes de anotar um pouco desejado autogolo. Pedia-se outra energia a ambas as equipas, depois de uma reta final onde só a chegada atrasada de Jorge Aguirre ao centro de Félix Correia fez aquecer os ânimos no Estádio S. Luís. Uma espécie de aquecimento para a segunda parte...
Decidir pela reentrada
O discurso de Bruno Pinheiro na recolha aos balneários energizou da melhor forma a reentrada da formação minhota e, aos 47', surgiu o momento que marcou a partida. Fujimoto combinou bem com Félix Correia que, proveniente da esquerda, centrou para a zona de barulho, onde surgiu o desvio fatal de Lucas Áfrico, já depois de um primeiro respaldo de Raúl Silva. Momento de festa minhota e de preocupação algarvia, o que não precipitou necessariamente a reação pronta da turma de Tozé Marreco.
A pautar os acontecimentos com a calma dos seus intervenientes do miolo - na defesa, Zé Carlos destacou-se no trabalho defensivo -, o perigo esteve longe das balizas até ao último quarto de hora, altura em que Mory Gbane só não arrumou com a discussão do resultado - iniciativa e passe delicioso de Félix Correia - por pura inércia e um grande trabalho de Ricardo Velho.
A partir desse momento e já com várias alterações de parte a parte, o Farense conseguiu finalmente reagir e chegou mesmo ao golo. Tomané rematou cruzado, bateu Andrew, parecendo dar a martelada final para o empate. No entanto, as imagens do VAR provenientes da Cidade do Futebol - tempo a mais para definir as linhas num jogo de I Liga - ditaram o adiantamento de sete centímetros do avançado português para grande desilusão da massa adepta local.
Em contrarrelógio para o final da partida - o cronómetro ultrapassou os 100' -, o Farense balanceou-se no ataque, forçou o chuveirinho, mas a defensiva gilista aviou todo o perigo que foi surgindo. No último assomo, Bermejo ainda tentou um belo golo de primeira, mas Andrew neutralizou a tentativa com uma calma imperial, que viria a confirmar os três pontos e a segunda vitória consecutiva para os galos - primeira vez que tal acontece esta época para a Liga.