Miguel Oliveira despediu-se de Brno em 17.º lugar, novamente sem pontos, e num momento que pode ser chave para o seu futuro no MotoGP.

O português chegou exatamente no mesmo lugar de onde partiu, mas só depois de um 'empurrão' de Fermín Adelguer, o espanhol que o abalroou no GP da Argentina e que lhe custou praticamente dois meses de afastamento e uma cirurgia. O português seguia em 13.º, na sexta volta das 21 previstas para o GP da Chéquia, 12.ª corrida da temporada, quando foi obrigado pelo espanhol a sair de pista, à qual voltou mas já no fim da fila.

Adelguer vai ser sancionado, mas os pontos que o português precisava não vão aparecer.

«Não me viu de certeza...» ironizou o português na zona mista em declarações à Sport TV. «Tentou passar-me por um espaço que não existia e empurrou-me para fora na curva 7», contou Miguel Oliveira. «Fiquei isolado quando regressei, tentei poupar os pneus no início e quando tentei puxar não tinha aderência atrás. Não conseguimos perceber o que se passa, a equipa está a tentar entender. Depois de ter acabado o warm up em 5.º e da corrida da véspera, não se percebe como em esforço faço 1.55... O arranque foi bom, a equipa está a trabalhar», revelou o piloto de Almada.

Miguel Oliveira recordou que testou uma nova geometria no sábado, a que teve de habituar-se subitamente, mas a realidade é que se por um lado lhe deu outras ferramentas, também retirou aderência. «Mesmo sem o incidente, tendo em conta que é muito difícil ultrapassar, talvez ficasse na posição em que estava a rodar. Havia qualquer coisa muito anormal com a aderência da mota. Depois da opção mais radical que fizéssemos, na mudança da geometria, ficámos com um grande ponto de interrogação. Uma das coisas que tinha mais positivo do que todos os outros pilotos Yamaha era a gestão do pneu traseiro, mas esta mudança foi terrível. Temos de colocar nos pratos da balança qual a decisão que temos de tomar em relação às duas opções que usei, ou se até fazer um passo intermédio», explicou.

Segue-se a tradicional pausa de verão no Mundial, que regressa apenas a 17 de agosto na Áustria. Esta foi a data inicialmente apontada pela Pramac Yamaha para tomar uma decisão em relação aos pilotos, que determinará o destino de Miller, Oliveira e, quem sabe Rins.

A contratação do campeão de superbikes, o turco Toprak Razgatlioglu, para o próximo ano deixou um enredo na equipa Prima Pramac Yamaha. O australiano Jack Miller termina contrato mas pertence a um mercado apetecível, o português tem contrato por mais um ano com a Yamaha, mas uma cláusula de desempenho que pode ser acionada e ditar a sua saída. Na Yamaha Racing, Fabio Quartararo tem contrato e o antigo campeão mundial é o piloto mais bem pago do pelotão (12 milhões de euros) e também o que melhor resultados tem, enquanto Rins continua longe de deslumbrar.

Daqui a menos de um mês todos estarão de volta, talvez com uma decisão tomada para saber quem sai para entrar o turco, ou não, dado que o diretor da equipa já disse que a decisão pode ser adiada por mais algum tempo, até porque Miguel Oliveira esteve fora devido a lesão.

«Saio com as mãos vazias de um fim de semana cheio de potencial, em que por várias razões, as coisas não aconteceram. Agora, é importante desligar desta primeira metade da temporada. Foi um regresso muito complicado à competição, depois da lesão, a tentar ganhar ritmo e com as histórias do Toprak [Razgatlioglu]. Agora é descansar e voltar mais forte para a segunda parte da época», rematou o piloto.