Um dos quatro reféns cujos corpos foram entregues na quarta-feira a Israel pelo movimento islamita palestiniano Hamas era um requerente de nacionalidade portuguesa, disse esta quinta-feira fonte da Comunidade Israelita do Porto (CIP).

Entre as vítimas está "Tzachi Idan, nascido a 21 de abril de 1974, [que] estava em processo de obtenção da nacionalidade portuguesa", referiu à Lusa fonte da CIP, que certificou a origem sefardita do homem de 50 anos.

"De apelido Yeini, por via paterna, esta família do antigo Império Otomano encontra registos na sinagoga portuguesa de Esmirna, na Turquia, o 'ahal Kadosh Portugal'", informou a mesma fonte.

Além de Tzachi Idan, segundo o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, os outros corpos devolvidos a Israel são do israelita-dinamarquês Itzik Elgarat, de 70 anos, do franco-israelita Ohad Yahalomi (50) e de Shlomo Mansur (85), que tinham sido raptados em 7 de outubro de 2023.

O Hamas entregou na quarta-feira à Cruz Vermelha os quatro corpos.

Israel tinha condicionado a libertação de mais 600 palestinianos das prisões israelitas à identificação dos corpos dos quatro reféns.

Além disso, pelo menos 445 residentes de Gaza detidos durante a guerra também deverão ser libertados, juntamente com outros 11 capturados antes do início da guerra. Outras 97 pessoas serão deportadas.

Esta é a mais recente troca no âmbito da trégua negociada com a mediação de três países --- Qatar, Egito e Estados Unidos --- e que entrou em vigor em 19 de janeiro na Faixa de Gaza. A primeira das três fases do cessar-fogo termina no sábado.

O Hamas disse esta quinta-feira que Israel "não tem escolha" senão iniciar negociações para uma segunda fase do cessar-fogo em Gaza.

"Renovámos o nosso total compromisso com o acordo de cessar-fogo, com todos os seus detalhes e disposições, e [manifestamos] a nossa disponibilidade para iniciar negociações relacionadas com a segunda fase do acordo", anunciou o Hamas.

Em meados de janeiro, Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, bem como para a troca de 33 reféns israelitas por centenas de prisioneiros palestinianos.

Esta primeira fase culminaria com a entrega destes quatro novos corpos, embora durante as primeiras fases do pacto o acordo tenha sido posto em causa em várias ocasiões.

Dos 251 reféns sequestrados a 7 de outubro em Israel, 62 continuam detidos em Gaza, incluindo 35 mortos, segundo o exército israelita.