"Na semana passada, a força aérea visou e eliminou com precisão um chefe de departamento do quartel-general do Hamas e um comandante de companhia do batalhão de Zeitun", declarou o exército em comunicado.
Os oficiais militares identificaram os mortos como Ammar Daloul, chefe do quartel-general do Hamas - descrito por Israel como "uma importante fonte de conhecimentos para a organização terrorista" - e Jihad Yassin, alegadamente comandante do Batalhão Zeitun e um dos responsáveis pelos ataques contra as tropas israelitas no enclave, onde prossegue a operação militar israelita.
De acordo com o comunicado militar, os responsáveis operavam na antiga escola de al-Hurriya, na cidade de Gaza, na qual as autoridades israelitas afirmaram ter tentado reduzir o número de vítimas civis durante o ataque.
Durante o mesmo bombardeamento, foram mortos seis outros presumíveis membros do Hamas, afirmou o exército.
Em 26 de novembro, a mesma escola, que também tinha sido atacada em setembro, foi atingida por bombardeamentos israelitas, em que morreram pelo menos 15 pessoas e 45 ficaram feridas.
As escolas de Gaza, bem como as imediações de alguns dos seus hospitais, servem de abrigo a milhares de refugiados, numa altura em que 90% da população de 2,3 milhões de pessoas está deslocada devido à ofensiva israelita.
Segundo a proteação civil palestiniana indicou hoje que pelo menos 22 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas num outro ataque israelita no norte, na terça-feira à noite.
Fontes hospitalares indicaram hoje que um médico e uma enfermeira foram mortos por disparos do exército israelita quando se deslocavam para os hospitais Al Awda e Kamal Adwan, respetivamente, ambos na zona do norte de Gaza.
O médico, identificado como Said Judah, era o único ortopedista na zona sitiada, uma especialidade muito procurada no enclave devido ao tipo de ferimentos provocados pelos bombardeamentos israelitas.
"Quando estava a caminho [do hospital] um dos tanques abriu fogo diretamente contra ele e, infelizmente, teve morte imediata", explicou Hussam Abu Safiya, diretor do hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia.
O enfermeiro Karim Yadarat foi morto por um 'drone' de reconhecimento israelita, que disparou quando se dirigia para o hospital Kamal Adwan, adiantou Abu Safiya.
Al Awda e Kamal Adwan, juntamente com o hospital indonésio, são os únicos três centros que ainda prestam serviços na zona sitiada.
No norte da Faixa de Gaza, o Ministério da Saúde alertou na terça-feira de que cerca de 60 doentes feridos que se encontram internados no hospital indonésio correm o risco de morrer por falta de comida e água.
Mais dois palestinianos foram também mortos por um ataque aéreo israelita à sua casa em Jabalia, segundo a agência de notícias palestina Wafa.
As cidades de Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun têm sido objeto de uma intensa campanha de bombardeamentos israelitas desde 05 de outubro, seguida de uma incursão terrestre em 06 de outubro.
Desde então, as autoridades de Gaza estimam que cerca de 2.700 pessoas foram mortas e outras 1.000 estão desaparecidas, embora o número não seja atualizado há vários dias.
A guerra que começou há 14 meses na Faixa de Gaza, após um ataque do Hamas ao sul de Israel em 07 de outubro de 2023, deixou até agora mais de 44.800 palestinianos mortos e mais de 106.300 feridos, na sua maioria crianças e mulheres, segundo as autoridades do enclave, governado pelo Hamas desde 2007.
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