
Dezenas de apoiantes da Ação Palestiniana, um grupo proibido desde o início do mês depois de ter sido considerado "organização terrorista", foram ontem detidos em Londres durante manifestações de apoio à Palestina, anunciaram as autoridades.
Cinquenta e cinco pessoas foram detidas na Praça do Parlamento, no bairro londrino de Westminster, por terem empunhado "cartazes de apoio à Ação Palestiniana, um grupo proibido", declarou a polícia da capital britânica na rede social X.
Oito pessoas foram detidas numa outra manifestação em Londres e outras oito em Truro, no sudoeste de Inglaterra. As manifestações em Edimburgo, Bristol e Manchester também levaram à detenção de pelo menos 35 manifestantes, segundo a polícia.
Em Londres, dezenas de manifestantes escreveram à mão em cartazes onde se podia ler: "Eu oponho-me ao genocídio, eu apoio a Ação Palestina".
"A liberdade de expressão está morta neste país, que vergonha para a polícia metropolitana", disse um homem ao ser detido, segundo a agência de notícias francesa AFP.
"O Governo britânico é cúmplice do genocídio israelita contra os palestinianos. Está a tentar silenciar aqueles que denunciam esta cumplicidade", acusou na plataforma X o grupo Defend Our Juries, que organizou as manifestações.
No início de julho, o parlamento britânico aprovou a proibição e a classificação como "organização terrorista" do movimento Ação Palestiniana.
O Governo anunciou a proibição do grupo alguns dias depois de militantes terem invadido uma base da força aérea em Inglaterra, manchando dois aviões militares com tinta vermelha.
Quatro pessoas foram acusadas e colocadas em prisão preventiva no âmbito do incidente.
Foi apresentado um recurso de urgência ao Tribunal Superior de Londres, que recusou suspender a proibição do grupo, baseada na Lei do Terrorismo de 2000.
Os peritos das Nações Unidas criticaram a decisão de Londres, argumentando que "os simples danos materiais, sem pôr em perigo a vida de outras pessoas, não são suficientemente graves para serem considerados terrorismo".